Pensando em aproveitar esse momento de aulas remotas e na possibilidade em juntar o conteúdo de História (Segunda Guerra Mundial) e de Português (Gêneros textuais), as professoras Silvia e Carla propuseram aos alunos do 9º ano o desenvolvimento de um artigo de opinião, com base em trechos enviados pela professora Silvia sobre a participação das mulheres soviéticas na Segunda Guerra Mundial, retirados do livro "A guerra não tem rosto de mulher" de Svetlana Aleksiévitch.
O objetivo principal dessa atividade foi escrever o artigo e transformar a análise em um vídeo, abordando os eventos históricos que abalaram o mundo na primeira metade do século 20, através da perspectiva feminina.
Trecho analisado pela Carolina:
Nadiéjda Vassílievna Aníssimova Enfermeira-instrutora do batalhão de metralhadoras
“Aos dezenove anos recebi a Medalha por Bravura. Aos dezenove anos meus cabelos ficaram brancos. Aos dezenove anos, na última batalha, um tiro pegou meus dois pulmões, a segunda bala passou no meio de duas vértebras. Minhas pernas ficaram paralisadas... E fui dada como morta... Aos dezenove anos... Minha neta tem essa idade agora. Olho para ela e não acredito. É uma criança! Cheguei do front em casa, minha irmã me mostrou a notificação de óbito... Tinham me enterrado...”
Trecho analisado pelo Matheus:
Zinaída Vassílievna Enfermeira-instrutora no esquadrão de cavalaria
“Eu estava acompanhando um ferido e de repente vi dois alemães saindo de detrás de um tanquete. O tanquete tinha sido destruído, mas pelo visto, eles tinham conseguido saltar para fora. Foi um segundo! Se eu não tivesse dado uma rajada a tempo, eles teriam me fuzilado, e ao ferido também. Foi tudo muito inesperado. Depois do embate me aproximei deles, estavam deitados com os olhos abertos. Até hoje me lembro daqueles olhos... Um deles era tão bonito, um alemão jovem... Dava pena, mesmo que fosse fascista, não importa... Esse sentimento não me abandonou por muito tempo: não queria matar, entende? Tive tanto ódio na minha alma: para que eles vieram para nossa terra? Matar alguém, você mesma, é terrível. Não há outra palavra... É muito terrível! Quando você...”
Trecho analisado pelo Rafael:
Vera Vladímirovna Cheváldicheva Primeiro-tenente, cirurgiã
"Eu via... Todo dia... Mas não conseguia me conformar. Um homem bonito, jovem, morrendo... Queria ter tempo, bem... dar um beijo nele. Fazer algo feminino por ele, se não pudesse ajudar como médica. Nem que fosse dar um sorriso. Afagar. Pegar a mão... Muitos anos depois da guerra, um homem me confessou que se lembrava do meu sorriso quando jovem. Para mim era um ferido comum, eu nem lembrava dele. Disse que esse sorriso o trouxe de volta à vida, do outro mundo, como dizem... Um sorriso de mulher..."
Para continuar acompanhando os trabalhos realizados na escola Universo, fique de olho no mural!
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